quarta-feira, 25 de abril de 2012

Caririaçu, Parte do Território do Reino de Lampião

Em uma das minhas mais despretensiosas peregrinações pela internet, me deparei com algo que me chamou a atenção, e que suponho também ser capaz de despertar o interesse dos que, mesmo de forma acidental, adentram nas páginas deste blog, ou dos que pelo menos se importam com a história da nossa urbe. Trata-se da demarcação do território, ou reino, de Lampião (1898-1938), O Rei do Cangaço, feita pelo próprio, nos meados do ano de 1929.

Imagino agora, caro leitor, que você deva está a se perguntar qual seria o vínculo que teria a nossa singela terra com os domínios de Virgulino Ferreira da Silva, além de, como é de se esperar, ambas se encontrarem na região Nordeste do Brasil? Pois bem, essa resposta lhe será dada adiante no texto que se sucede, extraído de um site ao qual faço referência no fim da postagem e que é intitulado como "O Reino de Lampião".

[...] Em anos de 1929, numa das andanças pastorais, o vigário de Glória¹, padre Emílio Ferreira, encontrou-se num arraial com o legendário Rei do Cangaço, que fora assistir à missa. Por notável coincidência, o padre, momentos antes de celebrar o ofício, havia recebido de presente, das mãos de um caixeiro viajante amigo, um grande mapa-plano do Brasil que media aproximadamente 1m2, forrado de algodãozinho e pregado em dois cilindros finos de madeira para enrolar, uma edição do Ministério da Viação do Rio. Após a missa, vai Lampião cumprimentar o sacerdote. Durante animada palestra desenvolvida entre goles de café, teve uma idéia o padre. Estendeu o mapa aberto sobre a mesa e, entregando a Lampião um grosso lápis encarnado, pediu-lhe:

- “De vez que o senhor é Rei, marque e risque sobre esse mapa o tamanho de seu grande Reino”.

  Mapa do Reino de Lampião

(Imagem 01: Mapa do Reino de Lampião)
Lampião, devagar, observando as localidades, rios e montanhas, perguntando muito e auxiliado pelo padre, foi traçando. Tomando por ponto de partida, ao norte, Mossoró, no Rio Grande do Norte, desceu, em zigue-zague, até Porto  da Folha, em Sergipe. Desceu mais até Capela e daí tangenciou numa linha até a fronteira da Bahia, onde penetrou por Itapicuru, talando o Estado por Riachão do Jacuípe até Morro do Chapéu. Desceu profundamente, em ponta de lança, até Barra do Estiva e Rio de Contas, donde iniciou a subida para Remanso. Continuando para cima, atingiu Juazeiro do Norte e Caririaçu, no Ceará, depois Jaguaretama, Morada Nova e Limoeiro do Norte, donde fechou o circuito para Mossoró.Em síntese, uma imensa área de cerca de 300.000 km²!
Entusiasmado, exclamou o padre dirigindo-se ao Rei do Cangaço:
 - “Territorialmente falando, seu REINO faria inveja a muita cabeça coroada da Europa!...” [...].

Pois bem, após a leitura deste texto, por consequência da minha lastimável ignorância sobre o assunto, me pus na busca de mais informações sobre esse fato. Desta feita, agora com as melhores pretensões possíveis, passei a vasculhar página a página da  internet, em que se tratassem da passagem de Virgulino pelos torrões nordestinos. Para minha surpresa, nada encontrei além do já citado acima, o que me deixou um pouco frustrado, porém, não o tanto capaz de me fazer desistir de levar a todos essa passagem, e o faço, na ânsia de que ele sirva para instigar a curiosidade dos que o ler, assim como me aconteceu, em buscar a apuração deste evento. Além disso, continuarei na procura por respostas e assim que dispôr de alguma, me comprometo a publicá-la em atualização deste.

 



[1] Cidade do estado da Bahia, antiga Currais dos Bois, como era conhecida, agora chamada de Nova Glória pelo fato da antiga cidade (Glória Velha), ter sido inundada na implantação de barragem para geração de energia elétrica.

 Referência Bibliográfica:
 
O REINO de lampião. Disponível em: <http://www.samamultimidia.com.br/artigo-detalhes.aspx?id=2388>. Acesso em: 20 Abril 2012.

PS: Imagem 01 extraída do mesmo  endereço (com adaptações).